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Na sociedade do conforto compulsório, ousar viver sem se sentir bem é quase um ato de subversão. Nos ensinaram — como quem domestica um cão com tapinha na cabeça — que a vida só começa quando o desconforto acaba. Ansioso? Resolva. Triste? Supere. Confuso? Compreenda. Tudo isso parece sensato. E é justamente por isso que engana.

Essa moral do bem-estar obrigatório reduziu a existência a um plano de controle afetivo. E o sujeito moderno — escravo dos próprios sentimentos — já não se permite fazer nada de valor enquanto não “se sentir bem o suficiente”. O problema? Isso nunca chega. Porque a alma humana não se presta a ser “melhorada”. Ela se vive, se arrisca, se atravessa — não se administra como uma planilha de desempenho emocional. A mente moderna é funcional… e profundamente ignorante A mente que calcula é útil. Mas a mente que governa a alma é tirana. Ela te diz o tempo inteiro:

“Não fale até passar a ansiedade.”
“Não recomece até superar o luto.”
“Não viva até se sentir pronto.”

Isso não é racionalidade. Isso é covardia disfarçada de planejamento. Esse fenômeno tem nome entre os psicólogos menos hipnotizados pelas estatísticas: evitamento experiencial. É quando o sujeito tenta desesperadamente eliminar o que sente — e, com isso, perde contato com o que é. Quanto mais tentamos domesticar o nosso interior, mais selvagem ele se torna. E a vida, em vez de se expandir, encolhe. O apego à felicidade é só outra forma de desespero. O sujeito que foge da dor é prisioneiro de uma circunstância, muitas vezes, criada por ele mesmo. Mas o que se agarra à felicidade com unhas e dentes é pior: é viciado num ideal que nunca existiu. Esse “apego experiencial” — essa obsessão moderna por manter sensações boas a qualquer custo — é o que alimenta vícios, compulsões, anestesias sociais. É o que faz com que o hedonista, no fim das contas, viva com mais medo do que o penitente.

A felicidade, historicamente, era tida como acaso, não como direito. Aliás, a palavra felicidade vem de feol — sorte. E sorte, como se sabe, não se exige. Recebe-se. E agradece-se.

A luta contra a dor é a melhor forma de manter-se doente. O mundo moderno detesta sofrimento. E por isso mesmo vive em estado permanente de anestesia. O desconforto deixou de ser informação e virou ameaça. Mas a dor, quando bem escutada, é aconselhamento existencial. Ela fala da sua história. Do que você perdeu. Do que está ignorando.

Ao reprimir a dor, o sujeito moderno torna-se analfabeto emocional — um robô bem intencionado que sorri nas fotos, mas não sabe por que chora no escuro. Aceitação não é passividade, apenas. É lucidez
Aceitar não é tolerar, nem resignar. É receber conscientemente aquilo que se apresenta, sem transformar cada emoção em caso de emergência. O latim já dizia: acceptare — acolher, como quem recebe um presente. E o presente, no caso, é a própria alma devolvida a si mesma.

Você não precisa se sentir bem para viver bem: o que você sente pode te acompanhar — não precisa ser extirpado como um tumor. Você pode falar em público com ansiedade. Pode amar de novo com medo.
Pode recomeçar em ruínas. Porque o valor da sua ação não depende do conforto da sua emoção. Quem vive esperando o estado emocional ideal não vive — adia a própria existência.
Não há técnica mais alta. Nem filosofia mais honesta que um movimento de entendimento ou reconhecimento do nosso real tamanho diante das exigências que fazemos para a vida. E talvez a pergunta mais importante não seja: “Como faço para me sentir melhor?” Mas sim: “Com esse sentimento, do jeito que ele é… que tipo de vida eu ainda posso construir?”

A resposta não vem da mente.
Vem do gesto, da ação, da sua relação com a vida.
Da atividade, mas também da aceitação passiva de diversas questões.
Do sim silencioso a uma vida que não precisa ser consertada — apenas vivida.

Informação importante: Nosso conteúdo é destinado ao uso e conhecimento do público em geral. Temos as melhores intenções ao fazê-lo e extraímos nossas informações de material confiável, válido e apoiado por pesquisas relevantes no momento da produção. No entanto, é em última instância da responsabilidade do espectador avaliar esta informação e as declarações fornecidas, à luz da sua própria situação ou circunstâncias individuais. Oferecemos informações gerais e amplas que não se destinam e nem devem substituir um profissional psicólogo ou outro profissional de saúde mental qualificado que seja capaz de fazer julgamentos e decisões com base no conhecimento em primeira mão de um indivíduo e da sua situação.

O processo de psicoterapia comigo:

Durante o processo de psicoterapia comigo, você pode esperar uma abordagem empática, colaborativa e centrada em suas necessidades. Começaremos com uma avaliação inicial para entender suas preocupações e objetivos terapêuticos. Em seguida, trabalharemos juntos para explorar seus pensamentos, sentimentos e experiências, identificando padrões que possam estar causando desconforto. Utilizando técnicas e abordagens adequadas, trabalharemos para promover o autoconhecimento, desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis e alcançar seus objetivos terapêuticos para uma vida mais gratificante e significativa.

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Psicólogo Luan Felipe de S. Dantas – Consultório Psiconsciência

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