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Em psicologia, na perspectiva fenomenológico-existencial, os traumas são entendidos como experiências dolorosas que têm um impacto profundo na vida de uma pessoa, moldando como ela se vê, como percebe o mundo e como se relaciona com os outros. Em vez de focar apenas nos sintomas ou na classificação do trauma, essa abordagem busca explorar a experiência única e subjetiva do trauma pelo indivíduo.

Para a psicologia fenomenológico-existencial, o trauma é visto como um evento que interrompe o curso normal da existência, trazendo um confronto repentino com a fragilidade e a finitude da vida. Esse confronto pode resultar em uma ruptura na continuidade da experiência, fazendo com que a pessoa se sinta desorientada, alienada e desconectada de si mesma e do mundo ao seu redor.

Durante a avaliação e o tratamento do trauma, o psicólogo fenomenológico-existencial adota uma postura de escuta empática e acolhedora, buscando compreender a experiência única do paciente. Ele reconhece que cada pessoa vivencia o trauma de maneira diferente, com suas próprias percepções, emoções e significados atribuídos ao evento traumático.

Ao explorar a vivência do trauma, o psicólogo fenomenológico-existencial está interessado em compreender como o evento afetou a relação do indivíduo consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Ele investiga as mudanças na autoimagem, na confiança, na segurança e na visão de mundo do paciente, buscando reconstruir o significado do evento traumático dentro do contexto da vida da pessoa.

Além disso, o psicólogo fenomenológico-existencial reconhece a importância do corpo na experiência do trauma. Ele explora como o trauma se manifesta no corpo do paciente, através de sintomas físicos, sensações de desconforto e padrões de tensão muscular. Ao integrar a dimensão corporal no processo terapêutico, o psicólogo ajuda o paciente a reconectar-se com seu corpo e a liberar as emoções reprimidas associadas ao trauma.

Durante o processo terapêutico, o psicólogo fenomenológico-existencial colabora com o paciente para reconstruir o significado do trauma e reintegrá-lo à sua narrativa de vida. Ele auxilia o paciente a encontrar sentido e significado no sofrimento vivenciado, promovendo um processo de transformação pessoal.

Em resumo, na psicologia fenomenológico-existencial, o trauma é compreendido como uma experiência única e subjetiva que afeta profundamente a vida do indivíduo. O processo terapêutico busca explorar essa vivência de maneira profunda e empática, auxiliando o paciente a reconstruir o significado do trauma e a encontrar sentido e significado em sua jornada de cura e transformação pessoal. Vale lembrar que o trauma pode ser entendido também como aquele fenômeno que, por ter entrado em contato comigo, agora, de alguma maneira, faz parte de mim. No entanto, enquanto faz parte de mim (da minha história) faz parte como um elemento recusável, que o indivíduo não gostaria de ter essa informação na composição de sua biografia existencial. Nesse sentido, o psicólogo ajuda a, pelo menos, orientar para qual direção se apontará a atenção: para uma tentativa de se eliminar a mancha causada por uma ocorrência ou verificar o que é possível ou o que ocorre nesse momento que não é visto por conta de estar demasiadamente empenhado em tentar separar, de sua história, a mancha mencionada. Com isso, podemos destacar a brilhante e complexa frase: “você é filho do seu passado mas é pai do seu futuro”. Mas você decidirá se vai querer também ser filho do futuro.

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